14 de fev. de 2011

Sequestro no ônibus.

Eu e minha amiga Amanda estávamos na praia, na volta pegamos um ônibus para voltar para casa. Entramos nos sentamos uma longe da outra. Eu estava de canga e uma camiseta por cima do biquíni, e segurando uma bolsa/mochila de pano grosso de algodão (ainda consigo ver o desenho em verde desenhado na bolsa). Os bancos eram estofados e macios. Sentei e fiquei olhando pelo corredor, para a entrada.
Paramos duas vezes depois que subimos no ônibus, alguns passageiros entraram e se acomodaram.
Na terceira parada um homem de capuz, com uma mochila entrou e anunciou o assalto. Olhei bem para minha amiga, nós duas de olhos arregalados, aos poucos fomos afundando naquele banco. Rapidamente coloquei minha bolsa para trás e me encolhi.
O motorista e outro rapaz correram para o fundo e tentando entender e negociar com o assaltante.
-O que você quer?
-Todos sentados e com suas bocas caladas.
-O que você quer? - O rapaz continuou a perguntar.
-Tu quer calar essa boca??
-O que acontece se eu quiser fugir?
-Haaa! - o assaltante olhou com uma cara de deboche para o rapaz.
- O que acontece?
-Tu quer virar peça rara?
-Como assim?
-Se tentar fugir, vai ficar mais valioso e divertido de te caçar. Ou minha dourada vai entrar na tua cabeça.
O rapaz logo se calou.
Fui para o assento do corredor e fiquei encarando o cara.
-Tá olhando o que garota?
-Porque está fazendo isso com agente?
-Não te interessa.
Foi para frente do ônibus. Andamos durante 2h mais ou menos. Acabei adormecendo.
Ao acordar, olhei para os lados e tudo estava escuro. Fui para frente do ônibus e falei com o sequestrador.
-Quero ir ao banheiro.
-Pra que?
-Pra que se vai a um banheiro??
-Sei lá, mas como você me prova que você não vai fugir?
-Minha amiga e minha bolsa estão aqui.
-Tá, desce rápido e se tu não voltar em até no máximo 20 minutos eu mato sua amiga e vou em bora com todos.
Desci e percebi que estava em Peruíbe. Na cidade onde cresci junto de minha mãe. E onde atualmente ela está.
Entrei em um restaurante que não conhecia e pedi para usar o banheiro. Indicaram-me com um simples sinal com a mão. Fui entrando, olhando tudo. Parecia que eu tinha entrado em outro lugar, totalmente nada a ver. As paredes estavam só no bloco cru, o chão estava com cimento e areia só batido, haviam estantes de metal enferrujada com toalhas de mesa, guardanapos e outros utensílios de cozinha.
Passou um rapaz rapidamente por mim. Logo ele voltou e olhou bem nos meus olhos.
-Helora??
-Hamm? Quem gostaria?
-Sou eu! O Cleiton.
-Nossssaaaa, como você está diferente.
-Pois é, comecei a trabalhar aqui faz uma semana. E você? O que faz por aqui?
-Eu estou procurando o banheiro. Porque tenho que ser rápida para voltar para o ônibus que fui sequestrada com minha amiga. Sabe me informar onde é?
-Aqui nessa porta.
-Obrigada.
Empurrei a porta, ao abrir, me deparei um amontoado de sacos grandes e um fedor absurdo. Sai novamente e perguntei para uma mulher que estava no mesmo corredor:
-Onde é o banheiro?
-Esse ai que você saiu.
-Não é possível, não vi privada nem nada.
-Mas não tem privada e sim um balde.
-Que nojo.
-Ou faz ai ou faz em casa. Na emergência, vale tudo.
-Não vou usar aqui.
Sai andando pelo estabelecimento, subindo a rua em direção ao ônibus minha mãe me vê do outro lado da rua.
-HELORAAAA!
Gritava ela.
-Heloraaaaaaaa! Olha eu aqui.
Eu olhava e fazia sinal de silêncio para ela. Atravessou a rua, e quem passava ela dizia que eu tinha voltado para casa. Eu olhava e fazia sinal de silêncio e de que eu tinha sido sequestrada, mas ela não entendia.
Ao chegar perto de mim, me abraço e me beijou.
-Que saudade meu bebê.
-Mãe! Fique quieta, eu fui sequestrada.
-Não foi não. Você está aqui.
-Darrrr, eu precisei ir ao banheiro.
Ela do nada começou a gritar mais alto possível.
-GRAÇAS A DEUSSSS
-GRAÇAS A DEUSSS
Gritei em um tom grosso.
-Cala a boca mãe. Fica quieta. A minha amiga está no ônibus, vou lá buscar ela pra tentar fugir.
Ao longe vi o ônibus se movendo, corri em direção e consegui para o ônibus. Quando a porta se abriu tinha uma mulher de motorista. Cabelo Chanel escuro, de uniforme da empresa.
-O que aconteceu?
-Haa, o cara que se dizia sequestrador está bêbado ali a trás e queria se matar, os passageiros estão tentando acalma-lo enquanto eu levo o ônibus na policia,
-Mas e a menina que estava aqui?
-A Fernanda? Ela falou que já foi e é pra você pegar a bolsa e ir em bora.
-Ha. Obrigada.



~~
Assim foi o sonho maluco que acabou em torno das 6h da matina.
Fala sérioooo.
Assim que olhei no relógio, vi que era em tempo de ligar para a minha mãe.
Contei tudo que acontecera. Ela se acabou de dar risada da parte do:
-GRAÇAS A DEUSSS - dela,
HASUHASUHAUSHUAHSAUHS
Mas o melhor vem para o final.
É que assim que desliguei o telefone, peguei no sono novamente e tive mais um sonho sem pé nem cabeça.
Próximo post. Fiquem ligados.

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